Sobre a Doença
Quem descobriu a doença de Parkinson?
O Parkinson foi descrito pela primeira vez em 1817, no estudo de James Parkinson (1755-1824), que foi intitulado “Um ensaio sobre a paralisia agitante”, em inglês: A essay on the shaking plasy. Ele caracterizou a doença como um conjunto formado por três sintomas principais, sendo eles a lentidão, tremor e rigidez.
James a definiu ainda como uma doença que tem evolução lenta, que possui movimentos involuntários vibrantes e diminui a força da musculatura de partes não ativas. Observou ainda, que quem possuía o Parkinson tinha tendência a curvar o tronco para frente e alterações no ritmo da caminhada, porém, segundo ele, as capacidades cognitivas permaneciam.
Somente no ano de 1866, que o pesquisador Jean-Martin Charcot sugeriu que ao invés de paralisia agitante, a doença fosse considerada como doença de Parkinson, devido ao seu precursor. Charcot também realizou contribuições importantes, definindo os principais sinais do surgimento do Parkinson, observando o tremor em repouso, bradicinesia, instabilidade postural e rigidez muscular, bem como o primeiro tratamento.
O que é a Doença de Parkinson?
A doença é uma disfunção neurológica progressiva, que afeta o sistema nervoso central na região conhecida como substância negra, lesionando e destruindo neurônios responsáveis pela produção da dopamina.
A dopamina é um neurotransmissor que tem entre outras funções, auxiliar e permitir que o corpo realize movimentos voluntários de maneira automática, não havendo necessidade de pensar em cada movimento muscular.
Quando 60 a 80% destes neurônios são lesionados ou destruídos, o controle motor do indivíduo passa ficar debilitado e desencadear os sintomas próprios da doença.
Parkinson secundário e Parkinsonismo atípico
A doença de Parkinson pode ser uma doença secundária a outras doenças neurológicas, podendo ser desencadeada por encefalites letárgicas, por uso de drogas (neurolépticos, flunarizina, cinarizina), toxinas (MPTP, manganês, mercúrio, monóxido de carbono), após trauma de crânio e após doença vascular encefálica (multi-infartos), ou até mesmo Alzheimer, recebendo o nome de Síndrome do Parkinson nestas situações.
O parkinsonismo atípico que também pode ser chamado de Parkinson Plus, trata-se de uma degeneração de múltiplos sistemas, incluindo Paralisia Supranuclear Progressiva ou PSP (Sd. Steele-Richardson-Olszewski), Atrofia de Múltiplos Sistemas (Degeneração Estriatonigral, Atrofia Olivopontocerebelar e Degeneração Gangliônica Córtico-Basal).
Classificação da doença de Parkinson de acordo com a faixa etária
Doença de Parkinson de início tardio: início após os 60 anos de idade;
Doença de Parkinson na meia idade: início entre 40 e 59 anos;
Doença de Parkinson de início precoce: pode ser dividido em Parkinson Jovem (início entre 21 e 40 anos) ou Parkinson Juvenil (início antes dos 21 anos de idade).
Quais são as causas da doença de Parkinson?
Desde a descoberta da doença de Parkinson ainda não se sabe o que a desencadeia. Inúmeros cientistas buscaram e buscam ao longo do tempo desvendar quais são as principais causas, porém ainda é desconhecido, apenas sabe-se que pode ser ocasionada por vários fatores associados. No entanto, esta associação varia de indivíduo para indivíduo.
As pesquisas no campo genético estão em constante avanço e são as que trazem esperança para as terapias mais eficientes para o combate a progressividade da doença. Estas pesquisas iniciaram-se já nos anos de 1977 e foram avançando com o passar dos anos.
Até o momento, há algumas teorias causais que buscam explicar o surgimento da doença de Parkinson, dentre elas esta relacionada aos genes LRRK2, Glucocerebrosidase (GBA), além da teoria α-sinucleica (SNCA), a qual possui maior embasamento teórico.
α-sinucleica (SNCA)
Neste fator genético, observa-se que o acúmulo proteico inadequado ocasiona mutações no gene SNCA, o qual resulta na super expressão da proteína alfa-sinucleica, a qual é apontada como principal marcador da doença de Parkinson. Este marcador esta relacionado a doença devido ao acúmulo anormal da sinucleica em corpos de Lewy, que são neurofilamentos que tem papel essencial no desenvolvimento, manutenção e sobrevivência das funções dos neurônios dopaminérgicos.
Contudo, com as pesquisas e descobertas genéticas, foi observado que o Parkinson é uma doença poligênica, ou seja, é causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Os fatores ambientais estão fortemente associados ao contato com agentes químicos, metais pesados e pesticidas, provocando a morte dos neurônios responsáveis pela produção de Dopamina.
Referências |
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