Diagnóstico

 

Diagnóstico

Para comprovar a doença de Parkinson no individuo é necessário realizar uma avaliação médica, desta maneira, observa-se que a escolha do profissional é de extrema importância. A avaliação inicia-se pela a anamnese, momento em que o profissional realiza inúmeras perguntas para conhecer a vida, rotina e cuidados com a saúde, bem como a história familiar.

Além disso, o profissional irá realizar a avaliação clínica, a qual é fundamental para diagnosticar o Parkinson. Durante esta avaliação são observadas as características motoras, como tremor em repouso por mais que seja lento e assimétrico, rigidez muscular e bradicinesia.

Algumas características e sintomas não motores, como constipação, perda do olfato (anosmia), depressão e distúrbios do sono, podem surgir anos antes do diagnóstico.

Ainda há alguns exames de imagem que auxiliam no diagnóstico, sendo eles a ressonância magnética, ressonância magnética funcional, tomografia computadorizada, tomografia por emissão de prótons e DaTscan, os quais serão explicados a seguir:

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

A Ressonância Magnética é resultado de uma combinação de um campo magnético produzido pelo equipamento, nele contém um imã, com prótons de hidrogênio, da água presente nos tecidos do corpo humano. Essa combinação envia pulsos de radiofrequência, os quais serão coletados, modificados e processados, gerando assim as imagens do exame.

Este método permite imagens de alta qualidade devido a ampla capacidade de diferenciar tecidos, estendendo-se para todas as partes do corpo humano, explorando aspectos anatômicos e funcionais, sendo fortemente efetiva para o diagnóstico do Parkinson.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL

Este exame de imagem permite, por meio das imagens, explorar as funções cerebrais como motricidade, linguagem e memória, mapeando assim a função cerebral. Por meio das imagens dos tecidos cerebrais é possível visualizar as regiões envolvidas com determinadas tarefas.

A capacidade de monitorização sobra a distribuição fisiológica e a dinâmica do oxigênio desde os níveis subcelulares até níveis macroscópicos permite que sejam observados os mecanismos associados aos estados normais do cérebro, bem como quando estão alterados, como no caso da doença de Parkinson.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E POR EMISSÃO DE PRÓTONS

A Tomografia Computadorizada baseia-se em raio-x, propiciando examinar o cérebro de maneira mais clara, demonstrando por meio das imagens os limites do sistema ventricular e também as partes ósseas do crânio. Porém, não permite a diferenciação da substância branca e cinzenta do cérebro, sendo uma capacidade limitante do exame.

Já a Tomografia por Emissão de Prótons é uma técnica de imagem in vivo, qual permite o rastreamento não invasivo de processos fisiopatológicos do cérebro os quais são consequências de disfunções neurológicas, como a doença de Parkinson.

DATSCAN

Esta técnica visa uma maneira de diagnóstico diferencial, utilizando imagens do transportador de Dopamina, para medir diretamente a degeneração deste neurotransmissor. O receptor da Dopamina desempenha papel fundamental na manutenção dos neurônios e quando há a doença de Parkinson, observa-se que o número de receptores dopaminérgicos estão reduzidos em 50 a 70%.

A partir deste exame de imagem é possível diagnosticar o Parkinson em estágios iniciais, bem como caracterizar a gravidade e progressão da doença, prever a ocorrência dos sintomas em ambos os lados do corpo e avaliar a eficácia das medicações.

Escalas de avaliação da doença de Parkinson

 

As escalas são instrumentos cuja função principal é igualar avaliações, compondo-se de critérios objetivos e clínicos que auxiliarão o avaliador/examinador a ter conclusões mais precisas sobre determinada patologia ou condição de saúde. Diante disso, devido a grande gama de sinais e sintomas da doença de Parkinson, escalas foram desenvolvidas para acompanhar e monitorar os sintomas e a evolução da doença.

Esta escala por ser mais simples e prática, é a mais utilizada pelos profissionais de saúde.

As escala serão descritas e explicadas a seguir:

Escala de Hoehn e Yahr Modificada

Esta escala é utilizada para avaliar as incapacidades das pessoas que possuem a doença de Parkinson, indicando de maneira simples e precisa o estágio em que o paciente se encontra, tendo como principal base os sintomas motores.

Nesta escala, os indivíduos com Parkinson são classificados em cinco estágios, ressaltando-se que o tempo de evolução de um estágio a outro varia de pessoa para pessoa. Quando os indivíduos apresentam sintomas de acordo com estágio 1 a 3, considera-se que a incapacidades são leves a moderadas, enquanto que nos estágios 4 e 5, há um maior comprometimento e maiores incapacidades.

ESTÁGIO 1 É a fase inicial da doença, quando os sintomas são leves, dificultando as tarefas do dia-a-dia da pessoa. Tipicamente esses sintomas incluem a presença de tremores ou agitação em um dos membros (superior ou inferior) e atinge um dos lados (unilateral – direito ou esquerdo). Durante esse estágio, amigos e familiares podem detectar mudanças na pessoa com a doença, incluindo a alteração na postura, perda de equilíbrio e perda da expressão facial (apatia facial).
ESTÁGIO 2 No segundo estágio da doença de Parkinson, os sintomas dos pacientes são bilaterais (os dois lados do corpo), e afeta os membros superiores e inferiores. As tarefas do dia a dia são realizadas com certa dificuldade. O paciente geralmente encontra problemas para caminhar ou manter o equilíbrio, e a incapacidade para executar as tarefas físicas normais se torna mais evidente.
ESTÁGIO 3 Neste estágio os sintomas da doença de Parkinson podem ser bastante graves e incluem a incapacidade de andar em linha reta ou ficar em pé. Há uma desaceleração perceptível de movimentos físicos. Episódios de congelamento da marcha também podem ocorrer.
ESTÁGIO 4 Esta fase é acompanhada por sintomas severos da doença de Parkinson. Ainda pode andar, mas é muitas vezes limitada e os sintomas de rigidez e bradicinesia (lentidão dos movimentos) são frequentemente visíveis. Durante esta fase, a maioria dos pacientes são incapazes de executar as tarefas do dia-a-dia, e geralmente não podem viver por conta própria. No entanto, os tremores que estavam presentes nos primeiros estágio podem diminuir ou tornar-se inexistentes, por motivos desconhecidos, por um período de tempo indeterminado.
ESTÁGIO 5 O último estágio da doença de Parkinson geralmente compromete totalmente os movimentos físicos. O paciente geralmente é incapaz de cuidar de si mesmo e pode não ser capaz de ficar em pé ou caminhar durante este estágio, necessitando de cadeira de rodas para locomoção. Um paciente no estágio 5 geralmente necessita de constante auxílio de cuidador/enfermeiro.

Escala Sydney

Esta escala divide-se em 11 categorias, totalizando uma pontuação de 89 pontos. Estas categoriais avaliam questões como: expressão facial, fala, sialorreia, seborreia, postura, estabilidade postural, levantar-se de uma cadeira, marcha, tremor, rigidez, entre outros sinais.

Quanto menor a pontuação, menor vai ser o comprometimento ocasionado pela doença.

Escala unificada de avaliação da doença de Parkinson (UPDRS)

A UPDRS é uma escala completa, que vai além dos sintomas motores, ela avalia os sinais e sintomas dos indivíduos por meio de autorrelato, determinadas atividades e observação clínica.

É comporta por 42 itens, os quais são divididos em quatro partes, sendo elas: atividade mental, comportamento e humor; atividades de vida diária (AVD’s); exploração motora; e complicações de terapia medicamentosa.

A pontuação de cada item varia de 0 a 4 pontos, onde a maior pontuação indica maior comprometimento da doença.

 

 

Referências
MAGALHÃES, Francisco et al. Teorias causais, sintomas motores, sintomas não – motores, diagnóstico e tratamento da Doença de Parkinson: uma revisão bibliográfica. Research, Society and Development, v. 11, n. 7, e 10811729762, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29762/25675.

SANTOS, Diane Melo dos. Tratamentos farmacológicos e fisioterapêuticos na melhora da qualidade de vida dos pacientes com a doença de Parkinson. Revista FAIPE, v. 8, n. 1, 2018. Disponível em: https://revistafaipe.com.br/index.php/RFAIPE/article/view/102/88.