Cuidados emocionais
Cuidador Familiar
A família é a principal rede de apoio e cuidado quando alguém de seu ciclo familiar é acometido por uma doença, seja ela aguda ou crônica. O cuidado é uma atividade complexa, que exige e necessita de maior esforço conforme o estado clínico do familiar doente, pois cuidar de um um familiar doente pode aproximar as pessoas e trazer muita satisfação no longo prazo, mas lidar com a rotina e com todos os desafios que vêm com ela não é fácil. Muitos cuidadores, após um tempo nesta função, apresentam quadros de estresse, fadiga, cansaço e um misto de emoções, como culpa, tristeza, impaciência.
Nas doenças crônicas, como a doença de Parkinson, este cuidado torna-se permanente e vai intensificando-se conforme a progressão e acometimento da doença, fazendo com que o familiar cuidador dê suporte físico, emocional e psicológico. Este suporte é desempenhado desde a tomada de decisões simples até o momento de realizar o cuidado com a higiene íntima da pessoa com a doença, resultando em processos que causam desgastes emocionais e físicos.
Situações como o impacto do diagnóstico da doença, a mudança de papéis de familiar para familiar cuidador e mudanças com o autocuidado, mostram que o familiar que torna-se o cuidador principal necessita de cuidado e apoio também, necessita ser ouvido, ter seus momentos de descanso e realizar atividades que lhe dão satisfação, tirando o foco do cuidado principal. A saúde dos cuidadores, quando não observada de perto, também pode sofrer significativamente com o passar do tempo. O estresse e o cansaço da rotina reduzem a imunidade e aumentam o risco de doenças, necessitando que o familiar cuidador encontre apoio dos familiares e amigos próximos, dos profissionais de saúde, bem como, busque estratégias de enfrentamento diante da situação, para que permaneça cuidando de si e não adoeça junto ao familiar.
Dicas para cuidar de si diante do estresse, cansaço e tristeza
- Procure realizar técnicas de relaxamento, as quais, quando realizadas frequentemente, irão ajudar a sentir-se mais calmo, mais feliz e mais capaz de ajudar o outro. Quando não houver tempo para realiza-las, busque dividir as tarefas do lar e do cuidado para que possa ter um tempo de autocuidado;
- Cuide da saúde por meio da alimentação adequada, descanso e exercícios físicos, e alguma atividade que dê prazer. Aproveite para descansar nos momentos de folga e quando ofertarem ajuda, aceite;
- Participar de grupos de apoio, onde é possível falar das próprias frustrações com pessoas em situação similar, para obter ideias úteis e ajuda para seu cotidiano também são maneiras de cuidar de si;
- Também é importante coordenar a divisão de tarefas, distribuindo funções com todos os envolvidos, para que ninguém fique sobrecarregado com o cuidado;
- Aceite que as circunstâncias mudam rapidamente. Periodicamente, reveja o que você pode oferecer e de qual assistência você precisa. Se a carga estiver pesada demais, peça ajuda a membros da família ou considere suas opções, como contratar cuidadores profissionais ou até mesmo enfermeiros;
- Lembre-se de que você não está nessa jornada apenas por obrigação. Ao focar no amor que sente pelo paciente, quando necessitar lidar com o estresse nos momentos de frustração, as tarefas e o cuidado ficarão fica mais fáceis.
| Referências |
| MORENO-GONZALEZ, María Mercedes; SALAZAR-MAYA, Ángela María; TEJADA-TAYABAS, Luz María. Experiencia de cuidadores familiares de mujeres con cáncer de mama: una revisión integradora. Aquichan, Bogotá , v. 18, n. 1, p. 56-68, Jan. 2018 . Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1657-59972018000100056&lng=en&nrm=iso
MATTOS, Emanuela Bezerra Torres; OLIVEIRA, Jéssica Paloma; NOVELLI, Marcia Maria Pires. As demandas de cuidado e autocuidado na perspectiva do cuidador familiar da pessoa idosa com demência. Rev. bras. geriatr. gerontol., v. 23, n. 3, 2020.Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgg/a/4jvLVwNJGz4cWnnB3HPcP4C/?lang=pt#:~:text=O%20cuidado%20dispensado%20a%20pessoa,no%20estilo%20de%20vida%20para |
