Práticas Integrativas e Complementares – PICs

 

Práticas Integrativas e Complementares – PICs

As PICs são metodologias terapêuticas cujo objetivo principal é prevenir o indivíduo de doenças e recuperar sua saúde, permitindo a integração das pessoas com o meio ambiente  e a sociedade, de maneira a contribuir para a qualidade de vida da população. As PICs foram institucionalizadas por meio de uma política, sendo ela a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), aprovada no ano de 2006.

Atualmente, por meio da política, são considerados 31 tipos de métodos como práticas integrativas, sendo eles: Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Medicina Antroposófica, Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Termalismo Social/Crenoterapia, Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa, Yoga, Apiterapia, Aromaterapia, Bioenergética, Constelação familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hipnoterapia, Imposição de mãos, Ozonioterapia e Terapia de Florais.

Esta metodologia alternativa vai de encontro com a Política Nacional de Promoção da Saúde, que refere que a promoção da saúde pode ser entendida como a junção de inúmeras ideias, propostas e ações que visem compreender o processo saúde/doença e atuar frente aos determinantes, articulando saberes científicos, técnicos e populares, para sua realização.

Desta maneira, visto que as PICs são técnicas terapêuticas que pressupõem o usuário/paciente na sua integralidade física, mental, emocional, social, ambiental e espiritual, na sua singularidade e integrado à sua coletividade, elas são consideradas de extrema importância no tratamento da doença de Parkinson, pois associada a medicações e demais tratamentos, contribui significativamente para a melhora do quadro clínico, físico e mental dos indivíduos.

Em seguida serão citadas algumas Práticas utilizadas para tratamento ao Parkinson.

Acupuntura

A acupuntura é integra a medicina tradicional chinesa, a qual baseia-se no princípio de que o homem deve estar em harmonia com as forças primordiais da natureza, que os chineses chamam de yin e yang (dois princípios opostos e complementares que compõem todo o universo), sendo que essa harmonia gera um equilíbrio que pode ser traduzido como saúde, e, por sua vez, o desequilíbrio, como doença.

O princípio básico da acupuntura sustenta que o equilíbrio é mantido no corpo humano por meio do fluxo suave de uma energia denominada pelos chineses qi, bem como pelo fluxo, também suave, pelo corpo, do sangue, denominado pelos chineses como xue. Problemas ambientais, alimentares, emocionais ou espirituais podem causar algum tipo de alteração na circulação do qi e do xue no organismo, originando assim algum tipo de disfunção ou patologia. A partir do momento em que alguma patologia esteja instalada no organismo, uma das formas de eliminá-la ou de minimizá-la seria a inserção de agulhas em pontos específicos do corpo, que tem a propriedade de restabelecer esse fluxo suave, ou seja, pela prática da acupuntura

Desta maneira, estudos apontam que o uso da acupuntura trouxe melhoras no quadro clínico de pessoas com Parkinson, contribuindo principalmente nos sintomas de fadiga, distúrbios do sono, alterações motoras e nos sintomas gerais da doença, além de melhorar a capacidade e disposição para a realização das atividades diárias, do humor e da percepção sobre a qualidade de vida dos participantes.

Prática de acupuntura. Fonte: Google Imagens

Musicoterapia

A musicoterapia trata-se de uma união de técnicas realizadas com o auxílio de música e seus elementos, como som, ritmo, melodia e harmonia, os quais são utilizados para o tratamento de disfunções somáticas, psíquicas ou psicossomáticas.

Esta técnica pode ser realizada de maneira coletiva ou individual, sendo também categorizada como como abordagem ativa ou receptiva.

A musicoterapia auxilia na doença de Parkinson pois possui grande influência nos processos cognitivos, contribuindo para a melhora das funções cognitivas de atenção, linguagem, percepção, raciocínio intelectual e memória.

Um estudo aponta os seguintes benefícios desta PIC:

  • Melhora a autoestima, alegria e sociabilidade;
  • Estimula a produção e liberação da dopamina;
  • Melhora a cognição e memória;
  • Melhora a marcha;
  • Melhora o equilíbrio;
  • Melhora a coordenação motora;
  • Aperfeiçoa a dicção e expressão facial;
  • Reduz os níveis de depressão;
  • Melhora o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos com Parkinson.

Representação musicoterapia. Fonte: Google Imagens

 

Inúmeros são os efeitos positivos das PICs e algumas delas já encontram-se disponíveis nos serviços públicos de saúde, como uma maneira de facilitar o acesso e contribuir para a qualidade de vida dos indivíduos.

 

Referências
MOREIRA, Jorge Lucas de Sousa et al. Práticas Integrativas em saúde no tratamento da doença de Parkinson: uma revisão integrativa. Revista Interfaces, v. 8, 2020. Disponível em: file:///C:/Users/marti/Downloads/718-1891-1-PB.pdf.

MOTA, Marcelo Borges Figueira et al. A influência da musicoterapia no tratamento auxiliar da doença de Parkinson: uma revisão de literatura. RBMC, v. 7, n. 19, 2021. Disponível em: https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/3718/1/Artigo%20Mota%20et%20al%202021%20Parkinson.pdf.

SILVA, André Luiz Barreto Oliveira et al. Acupuntura na doença de Parkinson. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, e45010212744, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/12744/11472.